O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e mais seis ministros do governo desembarca na manhã desta quarta-feira (4) em Manaus. Eles vão verificar in loco a situação da seca no estado do Amazonas. O embarque à capital amazonense, no avião da Força Aérea Brasília (FAB), será às 6h30.
Além da região seca de Manaus, a comitiva do governo vai verificar algumas comunidades vizinhas que também sofrem com a severa estiagem no estado.
Alckmin e os ministros também farão uma reunião de trabalho com lideranças da região, a sociedade civil e o setor produtivo.
Desa forma, vão acompanhar o vice-presidente a Manaus os ministros Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sônia Guajajara, do Povos Indígenas.
Por sua vez, também integram a comitiva o ministro Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Alexandre Silveira (Minas e Energia), José Múcio Monteiro (Defesa) e a secretária executiva Fernanda Machiaveli. Assim como representantes da Saúde, Desenvolvimento Social, Dnit e outros órgãos.
“Nós estamos indo amanhã ouvir, dialogar com quem está vivendo o problema. Falar com as autoridades, governador, prefeitos, parlamentares, sociedade civil organizada, setor produtivo. Então, ver o problema in loco e ajudar”, disse Alckmin.
Na tarde desta terça-feira (3), o vice-presidente reuniu quatro ministros para traçar os planos e estratégias da viagem a Manaus. Assim como as ações para o enfrentamento à seca e suas vítimas.
De acordo com Alckmin, a primeira medida a ser tomada em Manaus é a assinatura da ordem de serviço, no valor de R$ 38 milhões, para fazer a dragagem no rio Solimões entre os municípios de Benjamin Constant e Tabatinga.
“São oito quilômetros de dragagem que deve começar amanhã mesmo. A outra, que deve começar de 15 a 20 dias, é na foz do rio Madeira, na sua chegada. Os recursos para essa obra são R$ 100 milhões e terá extensão de 12 quilômetros”, disse Costa Filho.
A dragagem dos rios Solimões, Amazonas e Madeira, assim como o anúncio de R$ 140 milhões para a obra, foram anunciados na semana passada em reunião com o governador Wilson Lima e a bancada de deputados federais e senadores.
Na área de saúde, o governo anunciou a distribuição de kits de medicamentos às vítimas da seca, água, alimento e combustível, que já estão a caminho.
Para o caso dos incêndios, ocorrendo principalmente no entorno de Manaus, o governo informou que 191 brigadistas já estão trabalhando para controlar as queimadas.
“Nós temos duas frentes de incêndio. Uma delas é o incêndio por desmatamento, que é mais na região ali do sul do Amazonas. A outra é no entorno da cidade de Manaus. E aí são incêndios urbanos, queima de quintal, limpeza de quintal, e isso cria uma situação insustentável para a população, com prejuízo muito grande, principalmente para crianças e idosos”, disse Marina Silva.
A ministra também se manifestou sobre a mortandade de botos que está ocorrendo no Amazonas, ultrapassando uma centena de animais.
Segundo Marina, o Ibama, o ICMBio e instituições de pesquisa estão trabalhando na região.
“Estamos fazendo agora uma ação emergencial em relação aos botos que estão sendo ferozmente atingidos, não só pela mortandade, em função da estiagem, mas também porque alguns rios ficam com uma quantidade de água muito baixa e estão sendo feridos pela embarcação que continua ainda passando em alguns trechos”.
A ministra destacou ainda a atuação dos técnicos do Ibama, do ICMBio, de órgãos estaduais, mas também a grande participação de voluntários, inclusive pessoas da área de veterinária e outras especializações que lidam com essas situações de emergência.
Já o convênio entre o Ministério do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura, deverá liberar o auxílio do seguro-defeso aos pescadores e apoio aos agricultores familiares por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Considerando que a base da proteína, que as comunidades utilizam é o peixe, os dois ministérios estão trabalhando para conceder o seguro-defeso. Além disso, avaliam a possibilidade de uma indenização para o período em que os pescadores foram prejudicados e que ainda não estavam recebendo seguro-defeso.
A direção da Caixa Econômica, que deverá acompanhar a comitiva de Alckmin a Manaus, disse que há previsão de antecipar o pagamento do Bolsa-Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Tal liberação será destinada aos municípios que já decretaram estado de emergência.
A Caixa disse ainda que a antecipação não é um recurso novo ou uma espécie de auxílio emergencial.
De acordo com o ministro Góes, há situação de emergência em 55 municípios do Amazonas, mas deve chegar a 58 cidades o pedido de decreto.
Por conta disso, a previsão é que 500 mil pessoas estejam necessitando de ajuda humanitária no estado.
“Estamos assessorando todos os municípios para preparar os seus planos de ajuda humanitária e no decorrer dessa semana estaremos recepcionando esses planos. Portanto, vamos apoiar os 58 municípios com alimentação água e combustível, já que o Ministério da Saúde está oferecendo os kits medicamento”.
Por fim, o Ministério da Defesa foi acionado para dar suporte logístico e levar os suprimentos do governo porque a maioria dos municípios tem como sistema de transporte o uso de barcos. E, nesse momento, a seca impede a navegabilidade dos rios.
Veja o que disse Alckmin
A agenda de Alckmin
Foto: reprodução/canal governo
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