Muito antes da invenção do ar-condicionado, a China tinha seu próprio segredo para combater o calor. Segundo uma reportagem da BBC, alguns estudos mostram que o interior de algumas casas tradicionais chinesas têm temperaturas até 4,3ºC menores do que seu exterior.
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O segredo? Pátios internos. Eles criavam um efeito refrescante no ambiente e conseguiam dar aos moradores um acalento e refúgio nos dias de calor extremo. E, convenhamos, viria bem a calhar com esta onda de temperaturas altas que assola o Brasil.
Com o reacender do interesse pela arquitetura tradicional chinesa, alguns prédios históricos e mais antigos estão sendo restaurados. E, com o incentivo do governo para reduzir a emissão de carbono no setor da construção civil, estão buscando inspirações nos pátios internos como forma de se refrescarem no dia a dia.
Pátios internos, ou melhor, “poço para o céu”
Os tiān jǐng (天井, em mandarim – literalmente, “poço para o céu”), ou pátios internos, eram muito comuns nas casas mais tradicionais do leste e do sul da China. Mas não é um pátio aberto, como você pode imaginar.
São construções que ficaram comuns nas dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911) e que deveriam abrigar várias gerações da família. No entanto, seu tamanho e projeto variavam muito de acordo com a região.
O mais comum era que fossem rodeados por cômodos nos seus lados, porque, assim, poderiam refrescá-los. Em casas maiores e com mais quartos, havia mais de um “poço para o céu”.
Além disso, estes espaços funcionavam para permitir melhor entrada de luz e coletar água de chuva. Mais que isso, alguns cômodos também podiam bloquear a luz solar nos dias mais quentes, deixando o ambiente ainda mais fresco.
Como isso funciona?
Ainda segundo a BBC, os pátios internos funcionam da seguinte maneira: o vento sopra sobre o pátio e entra em espaços internos através de aberturas.
A brisa desce pelas paredes e cria fluxos de ar, que substituem o calorão interno pelo ventinho fresco que vem da rua.
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