Quem nunca sentiu aquela ansiedade ao se deparar com a pia da cozinha lotada de louça, uma montanha de roupas para dobrar ou aquele canto “secreto” repleto de objetos que já não usa mais? Pode confessar, a bagunça incomoda, não é? Além de um simples incômodo visual, já parou para pensar no impacto dessa desordem na sua saúde?
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“A desordem e a bagunça são mais do que apenas incômodos visuais. Eles podem ter um impacto profundo no bem-estar mental, na produtividade e nas nossas escolhas”, explicou Erika Penney, professora de psicologia clínica na University of Technology Sydney. Ao que parece, essa sensação de desconforto tem fundamento científico.
A ciência por trás do caos
É como navegar na internet com 20 abas abertas simultaneamente: a nossa mente se sente sobrecarregada, perde o foco e, consequentemente, a produtividade cai.
“Quando estamos cercados por distrações, nossos cérebros se tornam um campo de batalha de elementos que buscam atenção. Tudo compete pelo nosso foco”, disse Penney. Essa desorganização que parece “inofensiva” pode, inclusive, disparar níveis elevados de cortisol, o famigerado hormônio do estresse.
E aqui vai uma curiosidade: um estudo publicado na revista Personality and Social Psychology Bulletin (PSPB) destacou que, em casais, a bagunça tende a afetar mais as mulheres.
E os impactos mais profundos?
Em alguns casos, a desordem do lar pode ser um reflexo de questões mais profundas. Problemas diversos, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo, depressão, Transtorno de Acumulação, entre outros, podem se manifestar por meio da desorganização.
Se sentir que a bagunça é um sintoma de algo mais sério, buscar ajuda profissional é sempre a melhor opção.
Agora, um ponto que merece destaque: assim como a bagunça pode afetar o nosso bem-estar, o perfeccionismo exagerado também tem os seus perigos. Se por um lado, a desordem traz estresse, por outro, buscar uma “perfeição” inatingível na organização do lar também pode ser um gatilho para ansiedade.
Hora da ação: como lidar com o caos?
E então, se identificou com alguma das situações? Calma! Há estratégias simples que podem ajudar.
Como sugere a psicóloga Penney, estabelecer um dia para a limpeza, realizar pequenas tarefas ao longo da semana e dividir as responsabilidades com os demais moradores são ótimas maneiras de manter o ambiente mais organizado e, consequentemente, a mente mais tranquila.
“A bagunça não define se você é uma pessoa ‘boa’ ou ‘má’”, comentou Penney. Então, independentemente do estado da sua casa, lembre-se: todos nós merecemos sucesso, bons relacionamentos e felicidade. E se tudo mais falhar, uma boa faxina (acompanhada de uma playlist animada) pode ser a terapia que você precisa.
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