O estudo do Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria, revela um desafio que a indústria brasileira enfrenta: qualificar 9,6 milhões de trabalhadores até o próximo ano para atender à crescente demanda do mercado. Ou seja, esse número é essencial para preencher as lacunas nas ocupações fabris e acompanhar as novas vagas que surgirão até 2025.
A previsão é de que 497 mil novas posições formais sejam criadas, elevando o total de empregos no setor para 12,8 milhões. No entanto, a escassez de profissionais qualificados está pressionando grandes indústrias a investir em programas internos de capacitação e a estreitar laços com estudantes, numa tentativa de antecipar e suprir essa demanda.
Foto: Panya-Photo/Shutterstock
A baixa adesão de jovens ao ensino técnico no ensino médio e os elevados índices de evasão escolar resultam em um contingente que não avança nos estudos, muito menos na carreira.
Isso se agrava ainda mais pela falta de conhecimento entre os jovens sobre as oportunidades de formação e carreira na indústria. Uma pesquisa do Senai, realizada em maio, aponta que 52% dos adolescentes entre 14 e 17 anos conhecem pouco ou nada sobre a formação profissional disponível na área industrial.
O avanço da Indústria 4.0 está transformando o cenário da demanda do mercado por novos profissionais. Hoje, as características mais valorizadas incluem a rápida adaptação às mudanças tecnológicas, pensamento crítico e criatividade. As indústrias estão cada vez mais em busca de currículos que integrem áreas como mecatrônica, análise de dados e inteligência artificial. Além disso, o conhecimento sobre economia verde vem se tornando fundamental, já que a sustentabilidade é uma prioridade crescente no setor.
Por isso, a demanda do mercado não se restringe apenas às habilidades técnicas tradicionais. As indústrias precisam de profissionais que compreendam os impactos de suas atividades no meio ambiente e que estejam preparados para desenvolver soluções sustentáveis.
A falta de interesse dos jovens pela formação técnica reflete diretamente na dificuldade da indústria em encontrar profissionais qualificados. A demanda do mercado por esses profissionais é alta, mas sem o conhecimento adequado sobre as oportunidades existentes, muitos jovens acabam optando por outros caminhos. Ou seja, isso cria um ciclo no qual a escassez de mão de obra especializada se perpetua, prejudicando o crescimento industrial.
A solução para reverter esse cenário passa por uma maior divulgação das oportunidades na indústria e pela criação de programas de formação que atraiam e retenham jovens talentos. A parceria entre indústrias e instituições educacionais pode ser um caminho para alinhar a educação técnica às necessidades reais do mercado.
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