Quando pensamos em robôs e inteligências artificiais (IA), raramente imaginamos que eles poderão “olhar para dentro deles mesmos” e modificar a maneira como pensam, como nós, humanos, somos capazes de fazer.
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Como já mencionado, seria o equivalente a um ser humano ser capaz de remodelar o seu próprio cérebro para resolver problemas mais complexos. A questão é: as máquinas realmente podem fazer isso? E em caso afirmativo, o que isso nos diz sobre a natureza da inteligência, seja ela humana ou artificial?
Vamos começar desvendando um pouco mais sobre o que está por trás desses sistemas. O cérebro humano é composto por neurônios que trocam impulsos elétricos baseados na força das conexões entre eles. Inspiradas nessa mecânica cerebral, as inteligências artificiais operam com redes de neurônios artificiais. Essas redes ajustam-se numericamente, conforme a intensidade de cada ligação, simulando, de certa forma, como o cérebro opera.
O experimento mencionado acima, publicado pela revista científica Scientific Reports, trouxe uma perspectiva revolucionária sobre o funcionamento das redes neurais de IA. No estudo, uma inteligência foi instruída a analisar e compreender a sua própria rede neural. Ao fazer isso, a máquina teve a oportunidade de optar entre manter uma rede de neurônios homogêneos ou diversificar a composição.
Os resultados foram claros e impressionantes: em todos os cenários, a IA optou pela diversidade.
William Ditto, professor de física na North Carolina State University e co-autor da pesquisa, deu mais detalhes sobre a novidade ao Tech Explore: “Nossos cérebros reais têm mais de um tipo de neurônio, então demos à nossa IA a capacidade de olhar para dentro e decidir se precisava modificar a composição de sua rede neural. Essencialmente, demos a ela o botão de controle de seu próprio cérebro”.
Os testes demonstraram uma melhoria significativa na precisão da IA quando houve um aumento na diversidade dos neurônios. Uma IA tradicional tem uma precisão de 57% na identificação de números, mas essa versão adaptável alcançou uma incrível marca de 70%. Mais impressionante ainda, a IA diversificada provou ser até dez vezes mais eficaz em resolução de problemas do que a sua contraparte convencional.
O professor Ditto concluiu que, conforme os problemas se tornam mais complexos, essa IA adaptável se sai ainda melhor. Isso nos leva a crer que, ao abraçar a diversidade neural, ela pode efetivamente se tornar mais inteligente.
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