
Um suposto erro no site da loteria Powerball levou um cidadão norte-americano a iniciar um processo judicial milionário. O caso chamou atenção não apenas pelo valor envolvido — US$ 340 milhões —, mas também pelas implicações legais e pela suposta falha na gestão dos sorteios.
John Cheeks, morador de Washington, acredita ter se tornado um dos grandes vencedores da loteria Powerball após conferir os números sorteados no site oficial, no início de janeiro de 2023.
Os números exibidos na plataforma online coincidiam exatamente com os que constavam em seu bilhete. Animado com o que parecia ser a realização de um sonho, Cheeks chegou a fotografar o bilhete, avisar amigos e planejar a ida ao escritório da loteria para reivindicar o prêmio.
No entanto, ao apresentar o bilhete, Cheeks foi surpreendido com a resposta de que seu bilhete não era válido como vencedor, segundo os sistemas da Multi-State Lottery Association (MSLA) — responsável por administrar os jogos da Powerball.
A justificativa é que os números visualizados teriam sido publicados por engano, durante um teste interno da plataforma, e não representavam os números oficiais sorteados.
Entenda o erro no sorteio da Powerball
Segundo declaração de Brittany Bailey, gerente de projetos da empreiteira Taoti Enterprises — contratada para gerenciar o sistema da Powerball —, a publicação incorreta ocorreu durante um teste do sistema, motivado por ajustes no fuso horário da plataforma.
O teste foi executado por volta do meio-dia de 6 de janeiro e, acidentalmente, os números de Cheeks foram publicados como se fossem os números oficiais do sorteio, que só ocorreria no dia seguinte, 7 de janeiro.
A empresa afirma que a falha foi identificada e corrigida rapidamente, e que os números publicados não eram os verdadeiros números sorteados da Powerball.
Ainda assim, para Cheeks, a confusão foi suficiente para justificar uma ação judicial contra a loteria, a MSLA e a empreiteira de tecnologia envolvida.

Bilhete da loteria Powerball (Foto: iStock)
Processo judicial e alegações
O advogado de Cheeks, Richard Evans, questiona a postura da loteria:
“Mesmo que tenha sido um erro, a questão é: o que você faz a respeito disso?”
Evans argumenta que o site oficial da loteria, considerado fonte legítima de informação para o público, exibiu os números do bilhete de seu cliente, gerando expectativa legítima de ganho. Ele também contesta a ausência de provas conclusivas de que se tratava apenas de um teste.
Segundo o próprio Cheeks, durante sua visita ao escritório da loteria, um funcionário teria sugerido que ele simplesmente “jogasse o bilhete fora” — uma atitude que ele considerou suspeita. Em vez disso, guardou o bilhete em um cofre, procurou orientação jurídica e decidiu levar o caso aos tribunais.
Outros casos semelhantes reforçam a polêmica
O caso de Cheeks não é isolado. Em novembro do mesmo ano, a Loteria de Iowa admitiu um erro similar, atribuído a uma falha humana.
Na ocasião, os prêmios — embora menores, variando entre US$ 4 (R$ 22,18) e US$ 200 (R$ 1.108,78) — foram pagos normalmente aos apostadores, mesmo após o reconhecimento da falha. O advogado de Cheeks utiliza esse precedente como argumento para a legitimidade de sua reivindicação.
“Um erro foi admitido por um empreiteiro e os prêmios foram pagos.”
O episódio levanta questões importantes sobre a confiabilidade dos sistemas digitais de loteria, a responsabilidade das plataformas em caso de erro e os direitos dos apostadores diante de falhas técnicas.
A disputa entre John Cheeks e a loteria Powerball continua em andamento e pode estabelecer um precedente relevante sobre transparência, responsabilidade e justiça nas operações de jogos online.
Enquanto isso, o caso serve de alerta para milhões de jogadores: nem sempre o que é exibido na tela representa o que realmente foi sorteado.
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