O mindfulness é a prática de estar presente no agora, prestando atenção às experiências internas e externas sem julgamentos. Envolve uma consciência plena dos pensamentos, emoções e sensações corporais, cultivando uma atitude de aceitação e curiosidade.
A meditação, por sua vez, é uma técnica de treinamento mental que busca alcançar um estado de calma e clareza. Existem diversas formas, como a meditação transcendental e a guiada, que ajudam a reduzir o estresse e aumentar o bem-estar.
Contudo, segundo uma publicação do Science Alert, há um lado oculto nessas duas práticas.
De acordo com uma matéria do referido site, efeitos adversos nessas práticas não são raros. Em um estudo de 2022, que investigou 953 pessoas nos Estados Unidos que meditavam regularmente, mais de 10% dos participantes experimentaram efeitos adversos que impactaram negativamente suas vidas cotidianas por pelo menos um mês.
Uma revisão de mais de 40 anos de pesquisa divulgada em 2020 revelou que os efeitos adversos mais frequentes são ansiedade e depressão. Além disso, alguns praticantes relataram sintomas psicóticos, dissociação, despersonalização e até medo intenso.
A pesquisa também constatou que esses efeitos adversos podem ocorrer em pessoas sem problemas anteriores de saúde mental e naquelas que tiveram apenas uma exposição moderada à meditação.
Arnold Lazarus, falecido psicólogo clínico especializado em terapia cognitiva, já alertava em 1978 que a meditação, quando usada indiscriminadamente, poderia induzir problemas psiquiátricos como depressão, agitação e até descompensação esquizofrênica.
Por outro lado, existem evidências de que o mindfulness pode, sim, beneficiar o bem-estar dos praticantes, desde que seja usado da maneira correta.
A questão, de acordo com a publicação do Science Alert, é que coaches e outras pessoas que promovem o mindfulness não alertam sobre os potenciais efeitos adversos em seus vídeos.
Imagem: Reprodução
A matéria também destaca outro estudo, considerado o mais caro da história da ciência de meditação, com um total de mais de 8 milhões de dólares financiados pela instituição de caridade de pesquisa Wellcome Trust. Essa pesquisa envolveu mais de 8.000 crianças de 11 a 14 anos em 84 escolas no Reino Unido de 2016 a 2018.
Os resultados apontam que o mindfulness não conseguiu melhorar o bem-estar mental das crianças em comparação com um grupo de controle, e pode até ter tido efeitos prejudiciais naqueles que estavam em risco de problemas de saúde mental.
Logo, embora o mindfulness e a meditação ofereçam benefícios, é recomendado estar ciente dos possíveis efeitos adversos e buscar orientação adequada ao incorporar essas práticas no dia a dia.
*Com informações de Science Alert.
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