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Pesquisadores alemães desenvolvem terapia inovadora contra câncer raro

Diagnóstico precoce de câncer

A descoberta de uma substância química capaz de combater tumores gastrointestinais representa um grande avanço no tratamento de uma forma rara de câncer, os tumores estromais gastrointestinais (GIST).

Esse tipo de tumor se desenvolve nas paredes do sistema digestivo e, em muitos casos, apresenta resistência aos tratamentos convencionais.

A identificação de uma nova substância eficaz contra esses tumores resistentes pode transformar a vida de milhares de pessoas que enfrentam dificuldades com as terapias existentes.

Anualmente, cerca de 1.200 pessoas na Alemanha são diagnosticadas com GIST. Embora seja considerado um câncer raro, sua resistência aos medicamentos disponíveis torna seu tratamento um grande desafio.

Nesse contexto, pesquisadores da Universidade Técnica de Dortmund, do Centro de Tumores da Alemanha Ocidental e do Instituto Max Planck de Fisiologia Molecular encontraram uma substância química promissora que pode reverter essa resistência.

A substância já passou por testes laboratoriais iniciais e mostrou resultados encorajadores, especialmente em células tumorais que já haviam desenvolvido resistência aos medicamentos usuais.

Como a substância atua

O princípio ativo descoberto pelos cientistas atua diretamente nas estruturas celulares que promovem o crescimento descontrolado dos tumores.

Esses tumores, muitas vezes, desenvolvem mutações que os tornam imunes aos tratamentos com medicamentos de precisão, como o imatinibe, uma das opções mais utilizadas no combate ao GIST.

A nova substância foi capaz de se ligar a essas estruturas celulares mutantes, inibindo seu funcionamento e interrompendo o crescimento dos tumores.

Esse avanço foi possível graças a uma abordagem multidisciplinar que envolveu especialistas de diversas áreas, como genética molecular, biologia celular e síntese orgânica.

Ao todo, foram testadas mais de 25 mil substâncias, sendo que uma delas apresentou um efeito considerável em tumores que já tinham adquirido resistência a outras terapias.

Robô no Centro Max-Planck na tarefa diária de busca por novas substâncias bioativas – Imagem: Max-Planck/Reprodução

Da pesquisa ao mercado

A substância recém-descoberta já teve sua patente registrada e foi licenciada para uma empresa farmacêutica dos Estados Unidos, que se encarregará de desenvolver o composto até que ele esteja pronto para uso clínico.

A expectativa é que esse processo, que normalmente leva cerca de 10 anos, seja acelerado devido ao estágio avançado das pesquisas e à urgência por novos tratamentos mais eficazes contra essa forma de câncer.

Porém os pesquisadores alertam que, assim como acontece com outros medicamentos, a resistência ao novo composto também poderá se desenvolver ao longo do tempo.

Por isso, já estão sendo conduzidos estudos para encontrar substâncias sucessoras, capazes de atuar de forma ainda mais eficaz contra os diferentes tipos de mutações que surgem nesses tumores.

*Com informações de Max-Planck-Gesellschaft.

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