Em julho deste ano, durante o Congresso Botânico Internacional em Madri, cientistas decidiram alterar o nome científico de cerca de 200 espécies de plantas, substituindo ‘caffra’ por ‘affra’.
Oficialmente, a justificativa apresentada foi a correção de um erro de grafia, embora a maioria dos envolvidos na votação estivesse ciente de que ‘caffra’ não era um erro.
Acontece que a palavra ‘caffra’ tem uma origem histórica como versão latinizada de ‘Kaffir’, termo que, no sul da África, é atualmente considerado um insulto racial extremamente ofensivo contra africanos negros. Por esse motivo, botânicos da região há muito se opunham ao uso dessa denominação.
Por séculos, ‘caffra’ foi utilizada para indicar plantas que cresciam na África. Na África do Sul, o uso dessa palavra pode levar a penalidades, como multa ou até mesmo prisão, o que reforça a necessidade de mudanças.
A decisão de renomear todas as espécies que continham ‘caffra’ é vista como um marco, sendo a primeira vez que a comunidade botânica rejeitou um nome não por razões científicas, mas por questões políticas.
Essa mudança foi aprovada com 351 votos a favor e 205 contrários, gerando preocupações sobre o potencial precedente que isso pode estabelecer.
Planta recebeu um novo nome, pois o antigo era considerado ofensivo – Foto: Reprodução
O presidente da Sociedade Botânica Ucraniana, Sergei Mosyakin, alertou que milhares de nomes de espécies poderiam ser considerados ofensivos por diferentes grupos, citando exemplos como ‘niger’ e termos derivados de ‘Hottentot’, que também carregam conotações pejorativas.
Fred Barrie, do Museu Field em Chicago, expressou preocupações sobre a estabilidade na nomenclatura botânica, considerando que a alteração de milhares de nomes se tornaria ‘um pesadelo impraticável’. No entanto, ele acredita que o caso ‘caffra’ foi uma exceção e que mudanças futuras serão limitadas.
Por outro lado, Timothy Hammer, da Universidade de Adelaide, que coautorou uma proposta para rejeitar todos os nomes ofensivos de plantas, planeja continuar pressionando por mudanças em congressos futuros.
Ele argumenta que, embora a estabilidade na nomenclatura seja importante, o impacto de remover nomes culturalmente insensíveis seria mínimo em comparação com a quantidade de mudanças já realizadas por motivos científicos.
Hammer cita o exemplo do gênero _Hibbertia_, nomeado em homenagem a George Hibbert, um comerciante inglês envolvido na escravidão. Para ele, manter nomes que homenageiam figuras históricas associadas a práticas opressivas é insensível e inadequado.
Ele acredita que o movimento para eliminar nomes ofensivos ganhará mais força, especialmente entre cientistas de países com histórias marcadas pelo colonialismo.
Ainda não se sabe se outros nomes de plantas serão alterados após o próximo congresso botânico. No entanto, a maioria significativa dos votantes na reunião deste ano concordou com uma mudança importante.
A partir de 2025, nomes científicos considerados pejorativos para qualquer grupo de pessoas poderão ser rejeitados. Isso sinaliza uma alteração significativa na abordagem da comunidade botânica em relação à nomenclatura.
O post Planta ganha novo nome após o antigo ser considerado insulto racial; veja qual espécie apareceu primeiro em Edital Concursos Brasil.
Academia Brasileira de Letras reconhece uma expressão em inglês como palavra oficial, refletindo mudanças no…
Descubra quais plantas, segundo crenças milenares, podem trazer fortuna e sorte para o ambiente do…
A cirurgia para mudar a cor dos olhos está em alta, mas especialistas alertam para…
Conheça 5 dicas para otimizar sua experiência com smartphones Android e explore suas funcionalidades. O…
A partir de 1º de dezembro de 2024, contas do Gmail inativas por mais de…
Renner - Assistente de Loja - Temporário\ SHOPPING PONTA NEGRA - Renner | Oportunidades em…