Por que ar-condicionado não é tão comum na Europa, mesmo com mortes por ondas de calor?

Durante o mês de junho de 2025, a Europa enfrentou uma intensa onda de calor, com temperaturas superando os 40ºC. Esse fenômeno, embora não seja desconhecido, tem se mostrado mais frequente e severo nos últimos anos.
O mês de junho foi o mais quente já registrado na Europa Ocidental, que enfrentou um estresse térmico muito forte. Como consequência, ao menos oito pessoas já morreram devido ao calor extremo.
Apesar das crescentes temperaturas, o ar-condicionado não é comum nas residências europeias.
De acordo com levantamento da CNN, apenas cerca de 20% das casas no continente possuem o equipamento. No Reino Unido, esse número é ainda mais reduzido, alcançando apenas 5%, enquanto na Alemanha é de 3%.
Fatores arquitetônicos e culturais
Grande parte das construções europeias possui características arquitetônicas que auxiliam na regulação da temperatura interna. Paredes espessas e janelas bem projetadas promovem uma ventilação natural eficiente, reduzindo a necessidade imediata de ar-condicionado.
No entanto, a recente intensificação das ondas de calor tem levado a um aumento na demanda por esses aparelhos. Desde 1990, a quantidade de unidades instaladas na Europa já mais que dobrou, segundo informações do EuroNews.
Questões políticas e ambientais
A busca por neutralidade de carbono até 2050 representa um desafio adicional para o uso de ar-condicionado.
Como os aparelhos são grandes consumidores de energia, cuja maior parte ainda vem de fontes não renováveis, eles são vistos como obstáculos para as metas ambientais da Europa.
Campanhas e propostas
O debate sobre o uso do ar-condicionado tornou-se uma questão política em alguns países.
Na França, Marine Le Pen, líder da extrema-direita, anunciou a intenção de lançar um “grande plano nacional de ar-condicionado”, buscando apoio para as eleições futuras, conforme relatou o The Guardian. Nos metrôs da capital, Paris, o equipamento já existe nos vagões.
A Organização Meteorológica Mundial alerta que, até 2050, quase metade da população europeia enfrentará um risco elevado de estresse térmico durante o verão. Essa previsão intensifica a necessidade de encontrar soluções que conciliem conforto térmico e sustentabilidade ambiental.
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