Rasgar dinheiro é crime no Brasil?

A ação de rasgar dinheiro pode parecer apenas simbólica ou impulsiva, mas, no contexto jurídico brasileiro, ela levanta importantes questões legais.
Embora o ato de danificar cédulas não seja explicitamente previsto como crime em uma legislação específica, a prática divide opiniões entre especialistas do Direito e instituições financeiras.
Rasgar dinheiro é crime ou não?

Foto: Gemini/Edital Concursos Brasil
De acordo com o Banco Central do Brasil (BC), danificar cédulas — seja rasgando, rabiscando ou queimando — não é expressamente tipificado como crime.
No entanto, juristas divergem quanto à interpretação do artigo 163 do Código Penal, que trata de dano qualificado ao patrimônio público.
Visões a favor da criminalização
Alguns advogados e estudiosos consideram que, mesmo sendo o dinheiro de posse privada, as cédulas pertencem juridicamente ao Estado como emissor.
Logo, destruí-las poderia configurar dano ao patrimônio público, com pena prevista de seis meses a três anos de reclusão, além de multa.
Visões contrárias
Outros juristas argumentam que, desde que o dinheiro danificado pertença ao próprio indivíduo e não haja intenção de fraudar ou prejudicar terceiros, a prática não configura infração penal.
O que diz o Código Penal sobre dano qualificado?
O artigo 163 do Código Penal define como crime qualquer ato que cause prejuízo intencional ao patrimônio público, especialmente se houver dolo.
Embora o texto da lei não mencione diretamente a destruição de cédulas, a possibilidade de enquadramento depende da interpretação jurídica do caso concreto.
Mas nem tudo está perdido se uma nota for danificada. Segundo o Banco Central, cédulas com mais de 50% de sua estrutura preservada continuam tendo validade legal e podem ser trocadas em instituições financeiras.
Confira a seguir os locais onde é possível trocar dinheiro danificado:
- Bancos comerciais: aceitam o depósito ou a troca de cédulas rasgadas, desde que estejam em condição razoável.
- Banco Central do Brasil: em casos mais extremos — como notas queimadas ou mutiladas —, é necessário passar por uma avaliação técnica para verificar a possibilidade de ressarcimento.
Adulterar cédulas: isso, sim, é crime grave no Brasil
Diferentemente de rasgar dinheiro, a adulteração de cédulas é uma prática claramente criminosa, com punições severas previstas no artigo 290 do Código Penal.
Exemplos de adulteração e falsificação:
- Alterar o valor da nota.
- Usar fragmentos de cédulas para criar novas.
- Modificar elementos de segurança.
Pena: reclusão de até 12 anos, além de multa.
Além do aspecto legal, danificar ou destruir cédulas representa perda econômica direta para indivíduos e custos adicionais ao governo.
Para o cidadão:
- Impossibilidade de usar ou trocar cédulas mutiladas.
- Prejuízo financeiro pessoal.
Para o Estado:
- Custos com reimpressão de cédulas.
- Redução da eficiência na circulação de moeda em bom estado.
Recomendações do Banco Central para preservar o dinheiro
O Banco Central orienta a população a adotar boas práticas com as cédulas em circulação:
- Preserve o dinheiro: não dobre, rasgue ou rabisque as notas.
- Troque cédulas danificadas: procure seu banco de confiança.
- Denuncie cédulas falsas ou adulteradas: em caso de suspeita, informe às autoridades imediatamente.
Embora rasgar dinheiro no Brasil não seja uma conduta penalmente clara, o ato segue sendo discutido no meio jurídico e financeiro. Por outro lado, a adulteração de cédulas é crime grave, com punições rígidas.
Manter o dinheiro em bom estado não é apenas uma questão de zelo pessoal, mas de contribuição para o funcionamento do sistema econômico nacional.
Conhecer as regras, respeitar o valor das cédulas e entender seus impactos é fundamental para evitar prejuízos e possíveis implicações legais.
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