Relíquias sempre fascinaram os exploradores do Egito Antigo, principalmente quando envolvem a Grande Pirâmide de Gizé. Construída há mais de 4500 anos, essa obra monumental continua a revelar segredos escondidos. Entre tantas descobertas, apenas três relíquias foram encontradas em seu interior, levantando diversas teorias sobre sua origem e propósito.
Em 1872, Waynman Dixon e James Grant desenterraram três objetos, hoje conhecidos como Dixon Relics, durante uma expedição na Pirâmide de Gizé. Essas relíquias misteriosas foram descobertas em um caminho que levava à Câmara da Rainha.
Desse modo, suscitaram diversas especulações sobre seu uso durante a construção da pirâmide. Apesar de serem estudados há séculos, ainda não se sabe exatamente o que são e para que serviam.
Essas ferramentas eram usadas por trabalhadores. (Imagem: Museu Britânico)
Os artefatos, localizados no interior da pirâmide, são: uma pequena bola de pedra, um gancho de cobre e um pedaço de madeira. Dixon manteve dois desses itens, hoje expostos no Museu Britânico em Londres. A bola de pedra e o gancho de cobre intrigam os especialistas. Afinal, poderiam ser ferramentas usadas pelos trabalhadores do antigo Egito ou ter um propósito simbólico relacionado ao faraó Khufu.
O terceiro objeto, um pedaço de madeira, ficou sob a posse de James Grant. A filha do arqueólogo doou o item para a Universidade de Aberdeen na década de 1940, mas ele desapareceu misteriosamente. Foi apenas em 2019 que pesquisadores o encontraram escondido em uma lata de charuto, em uma coleção da universidade.
Além disso, a datação por radiocarbono revelou que o pedaço de madeira foi cortado entre 3341 e 3094 a.C., mais de 500 anos antes da construção da pirâmide.
Pedaço de madeira poderia ser um instrumento de medição. (Imagem: Universidade de Aberdeen)
A descoberta desses itens levantou várias teorias sobre suas funções. Alguns arqueólogos acreditam que a bola de pedra e o gancho de cobre eram ferramentas de construção.
Outra hipótese sugere que eles poderiam ter sido colocados na pirâmide para permitir que o espírito de Khufu escapasse para a vida após a morte. O pedaço de madeira, por sua vez, pode ter sido parte de um instrumento de medição utilizado na construção da pirâmide.
Apesar dessas teorias, a função exata das relíquias permanece um enigma. A possibilidade de que o pedaço de madeira seja um instrumento de medição é intrigante, mas carece de evidências concretas. A ausência de registros escritos específicos sobre essas ferramentas dificulta a confirmação de qualquer teoria.
O estudo dessas relíquias trouxe novas perspectivas sobre as técnicas de construção utilizadas pelos antigos egípcios. A presença de um gancho de cobre e uma bola de pedra sugere um nível avançado de tecnologia para a época.
Essas ferramentas, se realmente usadas na construção, poderiam indicar métodos específicos empregados pelos trabalhadores para mover e ajustar os enormes blocos de pedra da pirâmide.
A redescoberta do pedaço de madeira também é significativa. Afinal, oferece uma janela para o passado e pode ajudar a entender melhor as práticas e o conhecimento técnico dos construtores da pirâmide.
A datação mais antiga do pedaço de madeira, em comparação com a construção da pirâmide, levanta questões sobre a continuidade e a evolução das técnicas de construção ao longo dos séculos.
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