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Sem barulho! Dispositivo que bloqueia caixa de som é permitido no Brasil?

O empresário argentino Ronnie Bandini ganhou destaque nas redes sociais ao desenvolver um dispositivo capaz de bloquear alto-falantes que tocam música alta e funcionam via Bluetooth. A invenção, chamada Pocket Gone, surgiu como solução para problemas com vizinhos barulhentos.

A motivação pessoal para criar o aparelho é pessoal. Segundo Bandini, a ideia veio após enfrentar incômodos com um vizinho, que inicialmente deram origem a um sistema complexo de inteligência artificial para identificar e bloquear músicas do ritmo reggaeton.

Com o sucesso da invenção, o empresário simplificou o projeto, tornando-o portátil e acessível. Seu plano não é comercializar o Pocket Gone, mas sim oferecer a oportunidade para que as pessoas o fabriquem em oficinas, sem fins lucrativos.

Bloqueio de alto-falantes: como funciona o aparelho?

O Pocket Gone utiliza um recurso antigo do Bluetooth para criar a impressão de indisponibilidade de canais. Essa técnica silencia rapidamente as músicas, fazendo com que os usuários pensem tratar-se de um problema técnico.

Argentino usa aparelho para silenciar caixa de som em praia no Brasil. (Foto: Reprodução/X)

Bandini testou o dispositivo em público, constatando seu sucesso ao silenciar caixas de som na praia. O aparelho não é facilmente detectável, sendo eficaz em sua função sem chamar atenção.

“Quando alguém perto de mim tinha um alto-falante Bluetooth tocando música muito alta, eu parava com o aparelho. O bom é que não é óbvio, as pessoas pensam que há um problema técnico ou de interferência”, explicou.

Recepção e os cuidados

Nas redes sociais, a recepção da invenção foi mista. Enquanto alguns aplaudem a inovação, outros levantam questões sobre seu uso. Bandini destaca que o objetivo não é censurar, mas encontrar equilíbrio em ambientes onde o volume é excessivo.

Bloqueador de Bluetooth é crime?

Bloqueadores de sinais de radiocomunicações (BSR), conhecidos como “jammers“, são proibidos no Brasil. A Resolução nº 760/2023 limita seu uso a situações específicas, como eventos com risco potencial ou iminente à ordem pública, bem como operações de segurança pública.

Isso acontece porque o aparelho opera na mesma frequência de roteadores Wi-Fi e outros dispositivos sem fio, embaralhando sua comunicação. Seu uso pode impedir, por exemplo, chamadas de emergência, além de violar o direito de comunicação dos cidadãos.

Conforme o artigo 266 do Código Penal, interromper ou perturbar serviços telegráficos, telefônicos ou informáticos é passível de pena de reclusão de um a três anos, além de multa.

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