A cédula de R$ 200, lançada em setembro de 2020, revela um contraste intrigante no cenário econômico brasileiro. Com apenas 143,5 milhões de unidades, apresenta circulação inferior à extinta nota de R$ 1, que deixou de ser fabricada em 2005, mas ainda soma 148,6 milhões em circulação.
A introdução dessa nota pelo Banco Central visava atender à alta demanda por dinheiro durante a pandemia do novo coronavírus, mas a estratégia não fez muito sucesso.
O contexto pandêmico impulsionou a criação da cédula de maior valor nominal. Antônio José Medina, do BC, destacou que o intuito era manter a economia e o sistema financeiro funcionando adequadamente, mas a popularização do Pix colocou em xeque a necessidade dessa emissão.
Ainda que represente 8,5% do valor total em circulação, a cédula de R$ 200 corresponde somente a 1,9% em quantidade.
Em contraste, ela lidera o volume de emissões desde seu lançamento, com um crescimento de 13,6% em 2023. Outras denominações, como as de R$ 20 e R$ 50, enfrentaram quedas no mesmo período.
O professor Rodolfo Olivo aponta a desnecessidade da cédula em retrospectiva. O Pix cresceu rapidamente, reduzindo a importância do dinheiro em espécie, sem deixar de mencionar a renda estagnada da população vulnerável, que limitou o uso do novo modelo.
Apesar de não serem mais produzidas, as notas de R$ 1 ainda circulam e são utilizadas em transações comuns. Algumas cédulas se tornaram itens de colecionador, sendo vendidas acima de seu valor original, especialmente as com erros de fabricação.
O Banco Central substituiu gradualmente a cédula de R$ 1 por moedas devido à durabilidade. Contudo, o aumento ocasional de notas em circulação entre 2015 e 2021 foi considerado irrelevante, segundo Medina.
Enquanto o Brasil celebra 30 anos do Plano Real, a convivência entre tecnologia e tradição monetária molda o futuro econômico do país. A adaptação a novas realidades financeiras permanece em foco nas discussões sobre a necessidade de cédulas de alto valor, e a busca por soluções que equilibrem inovação e praticidade continua a ditar os rumos do meio circulante nacional.
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